Uma
casa constrói-se ao lado dum caminho,
a
respiração contida, a luz adequada à festa
duma
porta entreaberta, grave, mas vigilante,
na
virginal sedução por aromas encobertos.
Para
sustentá-la em seus símbolos de fogo
e
seus muros de imponderável leveza,
iludem-se
os barros no plasma dos sonhos,
o
tecto lavra-se para as duradoiras chuvas
em
cerimónia primitiva ritual de origens.
Servem-se
as ervas em remotas narrativas
de
saberes esquecidos, vividos nas cinzas
do
tempo breve que preencheu a claridade.
E
para a necessária tolerância das ruínas
a
incansável circulação dos magmas, o frio,
ignoram-se
os desvios dum coração audaz
porque
a casa é o lugar exacto dos ruídos
a
respiração das águas que caiem devagar
desconhecendo
o pó, os átomos do delírio.
em "CAUSAS DE HABITUAÇÃO", a publicar