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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Sou um tresloucado


Sou um tresloucado à procura de sossego,
um pária errante em cata duma pátria
que me traga no sossego a plenitude,
a harmonia própria duma pátria

longe de vulcões de pântanos e de lama,
comércio de almas e valores corrompidos,
longe da vacuidade da vanglória
e mais longe ainda do atropelo à dignidade,

mesmo dos que não sentem o atropelo
por desgraça de não saber ou não o querer,
tresloucados como eu vivendo a vida,

esta vida que não quero mas não desdenho
que a vida é fardo leve de quem tem
o mal de amar sem perda ou recompensa.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

SONETO CLÁSSICO


Subi um dia pela tarde aquele monte
donde as coisas do mundo que habitamos
fazem crer-nos, de longe, que julgamos
ver de perto, ao longe, o horizonte.

Alta serra de luz cegando a fronte,
quando ao ponto mais alto nos chegamos
das coisas do mundo comprovamos
já não ver se vemos árvore ou fonte.

E do alto da serra contemplei
em plena luz, a luz que iluminava
a terra e o sossego que reinava.

Desci depois do ponto onde cheguei,
mas só quando à terra regressei
é que entendi que vista me enganava.