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sábado, 28 de novembro de 2015
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Sou um tresloucado
Sou um tresloucado à procura de sossego,
um pária errante em cata duma pátria
que me traga no sossego a plenitude,
a harmonia própria duma pátria
longe de vulcões de pântanos e de lama,
comércio de almas e valores corrompidos,
longe da vacuidade da vanglória
e mais longe ainda do atropelo à dignidade,
mesmo dos que não sentem o atropelo
por desgraça de não saber ou não o querer,
tresloucados como eu vivendo a vida,
esta vida que não quero mas não desdenho
que a vida é fardo leve de quem tem
o mal de amar sem perda ou recompensa.
o mal de amar sem perda ou recompensa.
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
NAQUELA NOITE
Naquela
noite sonhei que sonhava.
Era
dia.
No
meu sonho estavas tu alegre nem um pássaro
subindo
no meio duma fresta de sol,
em
inverno rigoroso.
Eu
sonhava e dizia-te sonhei contigo,
estavas
tu a sorrir sentada no chão,
enquanto
a chuva caía sobre uma árvore despida de folhas,
meditativa.
Era
uma sensação plena de ternura
pelos
teus grandes olhos azuis alucinados,
ignorante
da vacuidade dum extenso fogo
que
eu já vi nos despenhadeiros
por
onde andam os répteis absurdos,
nas
linhas verticais dum desejo.
O
teu corpo reclinava-se,
voava
em cima dum enorme bloco de gelo
que
transfigurava tudo no cinzento dum pombo,
na
noite plúmbea do mar.
Eras
tu que vigiavas uma fábrica de beijos,
homens
e mulheres de estranhos capitéis
para
se protegerem da geada
ou
talvez da antiga ciência do deslumbramento.
Eu
era apenas uma sombra.
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