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terça-feira, 13 de outubro de 2015

VERTIGEM


Vertiginosas são estas árvores que eu vi nascer.

Vertiginosas suas folhas desprendidas em cascata,
a história transparente do granizo embranquecendo
o meu cabelo, as minhas múltiplas peregrinações
num cântaro de luz, como pétalas de veludo acariciando
os meus olhos deslumbrados de menino.


Vertiginoso é este caminho de corais e anémonas
que preenche o mar dos meus abismos,
um claustro de iluminuras e ludíbrios de cristal
que descerra clareiras e frágeis seduções
pairando sobre o limbo duma tempestade violenta,
em nuvens de poeira e exercícios de alquimia. 


Vertiginosas são as cores, os desígnios das estrelas,
a sua perene vitalidade, em todos os céus do céu,
em todos os lugares onde tem lugar a terra-mundo,
como lâminas de aço cortando os meus devaneios,
a minha absurda ingenuidade, o muro dos murmúrios
que desce em rampa até ao fundo da minha mágoa.

5 comentários:

Hermínia Nadais disse...

Faz tanto tempo!...
Tenho saudades das visitas frequentes aos blogues dos amigos, ara me encantar com estas maravilhas!
Será... que vou voltar a fazê-lo como tanto desejo?!..
Oxalá! Abraço.

Ailime disse...

Bom dia genial Poeta,
Belíssimo poema.
O tempo a escorrer nas folhas, vertiginoso!
Beijinhos,
Ailime

Maria Rodrigues disse...

Magnifico poema, vertiginoso como o fluir da vida.
Beijinhos
Maria

Lua Singular disse...

Oi poeta
Eu queria que a vida fluísse vagarosamente e que os ventos bons trouxessem poesias suas para me fazer feliz
Beijos no coração
Lua Singular
Beijos
Lua Singular

Ana Simões disse...

Lindíssimo!! Vertiginosa é a sua poesia que nos encanta.