Junto ao mar, nesta baía suave
de azul cobalto,
deixo-me envolver nos confins do
pensamento,
o recorte do céu, a expressão
mais nua do chão
e contemplo a narrativa das
areias desta praia,
a voz antiga que desfez a pedra
dos montes
no tumulto das grandes
impiedosas chuvas.
O meu arrebatamento é a história
que leio
nos veios engendrados pelo
refluxo da maré,
as algas deixadas junto ao
limite das águas
a própria índole maiúscula dos
grãos de areia
que jazem ao sabor da vastidão
dos abismos
traçados nos penhasco descidos
da montanha.