Não vou dizer-te os meus
pensamentos íntimos
não quero convencer-te do que
é inútil e vão
para a história impreterível
das eras,
o redundante levado pelo fio
dos séculos
direito a um céu velho de
estrelas
porque o meu tempo é o que
corre nas minhas veias
e só a mim pertence,
porque é apenas
infinitivamente meu
o novelo de pó que a areia
reorganiza
na geografia dum deserto,
a harmonia própria do meu
próprio deserto.