Estas paredes preservam o modelo antigo
das casas
o método tradicional do corpo instituído
por analogia às árvores
um envelope para guardar a seiva
a estrutura íntima das flores
em sua esfinge impenetrável.
Têm as raízes na terra
como as memórias dum rio,
uma transparência donde se vê o fundo
a sombra célere enigmática das margens
Mantêm a dignidade vertical dum lírio
como um poço de vertigens, uma faísca
que perdura
e a mesma janela antiga descerrada,
uma onda transviada em mera dispersão da luz,
como o fazem os fogos da paixão
que se derramam pelas bermas dos caminhos.
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