Eras
bela pela tarde à luz mutante
no
teu rosto de menina,
já
mulher
e
anunciavas flores de jasmim
num
lascivo desejo de romãs
que
acendias devagar em minhas mãos.
Eras
tu que trazias o enigma resolvido
da
plenitude na planície, na longa espera
duma
pétala oscilando ao sol,
o
pólen dum lírio madrugador a clarear
o
horizonte, o meu sangue ansioso
por
assistir à cerimónia repetida
das
espigas e do pão.
Trazias
pela tarde o meu sustento
até
ao fim da ausência,
o
arco-íris
como
a crina dum cavalo ao vento
emudecendo
a cinza de meus olhos.
Eras
tu a voz que se ouvia na vertigem
de
olhar uma aldeia acordada por tambores,
nas
origens, no orvalho, no barro
dum
prelúdio que já tive, de alegrias.
Sem comentários:
Enviar um comentário