X
"A nossa consciência é o próprio
tempo!"
Henry Bergson
Somos,
pois,
apenas
personagens do exercício de passar
pelo
espaço, que julgamos ser o nosso tempo,
um
poema – talvez um poema… –,
ou
um simples texto ausente de sintaxe ou nexo,
escritos
nos interstícios do vento!
Porque
eles coabitam nos átomos do ar,
como
nós em outrem coabitámos
desde
antes de sermos nós,
sem
conhecer as fronteiras do contínuo futuro
no
seu espaço/tempo, sem era e cem limites
que
num abraço longínquo escoa os seus limites,
numa
ampulheta vertical sobre a cabeça.
Porém,
és tu que dá corpo e dependência
à
tua sede de utopias e delírios,
como
numa emoção estética
somos
nós quem dá vida a um quadro intemporal ‒
o
prémio de entender a passagem ímpar dos corpos
pelo
abstrato fruto da inquietação.
(…)
Pág 67 do poema "Nu Tempo", a publicar.