Para
louvar as palavras,
inventar
a palavra exacta é um acto de amor
o
assento singular da sua pronúncia
a
serena veneração de fantasias ideais
apreendidas
ao longo das memórias.
O seu
halo respira a harmonia dos ares
pelos
sentidos duma bonina suave
levada
ao caminho para o tranquilidade
suspensa
no espelho indolente dum lago.
E é idêntica a vibração das cordas do peito
estendendo-se
aos limites da plenitude
o saber
deste exercício rigoroso da existência
no
discurso plural da palavra amar.
em Os Dias e as Noites, 2014