Um Fio de Búzios
Um menino trazia um fio de búzios
na concha da minha mão.
Era criança,
mais jovem do que eu julgava
ou imaginava ser
ou ver
no azul profundo os tons ocre e sépia
da falésia
que caía sobre o mar.
Era o tempo das nêsperas e das amoras
que ainda brilham
nos meus olhos.
Mas era já o tempo das ondas lavrando
a areia, gaivotas estridentes
clamando contra o vendaval.
E o menino nada sabia do vento áspero
da montanha
nem da rigorosa fixidez
do pão do condenado.
Era apenas uma criança ainda jovem
que procurava búzios na praia
junto ao mar
no azul profundo do céu
que imaginava
na cor das nêsperas e das amoras
que ainda hoje animam
os meus olhos.
NO PRÓXIMO DIA 1º DE MAIO,
estarei na sede da Junta de Freguesia de São Gonçalo,
em Lagos, para apresentar vídeos sobre Lagos,
de meados do século passado e outros, grande écran.
Entrada livre.