Uma ideia persiste no
coração do mundo:
a imagem pura a água
limpa duma fonte
uma palavra chã em
seu natural anseio
Por ela meditaremos
em antiquíssimos relatos
a viuvez dum musgo na
frágua da montanha
ou o desterro para
uma flor esfarrapada
tolhida em absurdos espectáculos de agonia
E façamos do murmúrio
um chão sadio
que floresça a urze
do chão remoto
o ofício da luz
abrindo devagar a terra
para os frutos
indomáveis da alegria.
Os nossos dias também
têm um sentido lato
superior às minguas às
figuras de excesso
mais profundo que o
mecanismo duma roda.
Por isso celebremos
hoje a ideia de Natal
para que seja um
exercício repetido de louvor
à grandeza anónima
irrepetível duma vida.
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