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A i ntensidade das coisas
define-se no espaço,
o seu perfil intransigente
habitado pelos ângulos da luz.
Nada se afasta do seu interior acto de destruição,
a fenda do nevoeiro envolvendo
o halo dos rios, numa ideia que passa.
As coisas são o espectro próprio das coisas,
o seu movimento fortuito, uma voz lenta
descrevendo os cinzentos, a cor negra
das ausências, como um canto extinto.
Apenas permanece, no decurso aberto
que habita as lembranças, uma intensidade
idêntica ao exercício rigoroso das palavras.
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