É nos caminhos do mar, na estrutura mutante
do seu programa de memórias, de murmúrios,
é no testemunho da transparência das águas
na sua dimensão ecuménica, admirável
de unir o sangue e os bálsamos apetecíveis
que nos banhamos numa vertigem de ludíbrios
trazendo as neblinas e o cheiro forte da luz
de meridianos horizontes, uma voz bilingue
para as apetências da plenitude, do equilíbrio
instável da nossa instante tranquilidade.
E é pelo mar que nos vinculamos à terra,
que entendemos o cheiro acre da terra
e seus crisântemos repletos de inocências
para o reanimar do nosso berço anfíbio
a praia onde havemos de viver e morrer.