Tal como os passos dados na praia
o dia de hoje é frágil, apenas evocativo,
o chão onde cresce uma flor ambígua.
Tem o aroma bivalve, mediterrânico
de quotidianas algas sucumbidas nas areias,
traz notícias de longínquas luas derretidas
em pequenas conchas que habitaram sonhos.
É um espaço de presenças nuas que se dilui
na linha que separa as cinzas e o fogo,
mas é a margem onde escrevo as vozes
suspensas
da minha veneração, da minha pura alegria,
do meu eterno desassossego na descoberta
pelo hálito concreto, fraterno, dos búzios.