Estes
muros são a nossa casa,
o
modo austero de preservar os tectos
para
as chuvas e o vento,
onde
encontrar um refúgio, o alento
para
dizer as palavras indizíveis.
Aqui
coabitamos com as dúvidas
que
escondem um instante efémero,
uma
noção solene do nosso tempo breve
para
discorrer sobre os acasos.
Transpiramos
as sombras espessas
que
chegam depois da exígua claridade
ofuscando
o brilho dos nossos olhos,
para
que o amanhã de novo se reconstrua
por
cima dos nossos restos de luz morta.