A cinza da tarde é uma subtileza da luz
e do seu destino de fulgência breve;
o engenho das cores numa ilusão de cinzas
para o dia fugidio, para os seus esteios.
Esconde-se e esconde os seus trâmites,
o seu trânsito das palavras ditas,
um rosário de sons pronunciados
por lábios antigos, eruditos em fábulas,
mistérios de imaginar os seus termos.
Penetra os olhos ágeis, simula o frio do ar,
a predestinação para a bruma dos ocasos,
dissimula a hábil vocação das flores
para o caminho da noite, sem ardis.