Vem das profundezas do fim das trevas
um caminho mítico para os exercícios da
alegria
ali tão perto no barro ainda mole dos
antigos.
Assim o pressentimos em fogos de
encantamento
na enorme plenitude do orvalho das
manhãs
Talvez nos enredemos em ludíbrios ágeis
pela cerimónia de louvar a imagem
virtual dum deus
no seu nicho distante negligenciando as
vozes da planície
mas vale a pena tentarmos nós próprios a
utopia
porque os deuses estão longe delidos
noutros dilemas
noutras abstrações inatingíveis
porventura ainda mais utópicas que as
nossas.
Diremos Natal como quem diz um bálsamo
ou um violoncelo tangendo um prelúdio
chão
testemunho duma fogueira na água
e no pó do nosso destino também um
murmúrio incerto
alheio à vontade transparente das
estrelas.
Veja também o vídeo aqui