Folheemos este livro antigo,
os lábios múltiplos da página
que disse a madrugada,
o jardim que desenhou
o corpo diligente dos insectos,
a fogueira do horizonte
que amareleceu estas flores breves.
Folheemos este livro
nas sombras onde cai uma janela
de silêncio,
o sol poderoso
de olhar as planícies,
os cristais da terra.
Folheemos este livro antigo,
o abismo entreaberto nestas páginas,
na cerimónia comovida
consumida por ecos
de imagens doutros dias
que dizem a palavra longe
onde haveremos de habitar.
Sem comentários:
Enviar um comentário