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domingo, 12 de março de 2017

Leste nas estrelas

o

Leste no rosto lesto das estrelas
o fulgor obstinado dos átomos do hidrogénio,
os átomos do mais ínfimo alimento da utopia,
a sua inconsciente ciência, o seu credo austero
na probabilidade duns olhos fascinados

e percebeste a força interior universal
que anseia os equilíbrios, o plano horizontal
na harmonia dos espaços e horizontes,
desentorpecendo a bruma das montanhas,
despertando-a em enérgicos impulsos de energia.

Leste a sina das árvores numa pedra
adormecida sob outras pedras,
acaso portadoras dos signos do enigma
que procuras no abandono dum jovem morto
apodrecendo ao frio da tarde que não volta.

Leste as profecias escritas na música arrebatada
dalgum músico, ou dum outro visionário
da fraterna condição do homem,
na Terra exausta de cansaço e angústia
de ver a agonia de seus filhos subvertendo a luz.

Leste a tua sina nas cinzas da inocência
como a duma árvore que esquece o tempo
e arde para os outros como se fosses tu mesmo
quando vier o frio aos ossos, no outono.

quinta-feira, 31 de março de 2016

UM DIA


Um dia acende-se o fulgor do palco,
cai o pano sobre o pó.

Evaporam as palavras de teus olhos.

Um pássaro boceja à beira do tempo.

Depois,
não há antes nem depois.

Apenas um silêncio,
um perfume ecoando sobre o vale,
uma folha distraída levada pelo rio.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

ESTAS RUAS

Estas ruas são um enredo
de caminhos e de enredos.

Perpassam sobre as sombras da tarde
e tarde desvendam o esmaecer
do fulgor dos dias.

Presas ao lugar
dão lugar à indiferença
como um bocejo rigoroso.

Acendem o desencanto
e escrevem os meus versos
no verso duma folha morta.